A TEOLOGIA DA PÁSCOA
Rm 8.1-11
INTRODUÇÃO:
A Carta do apóstolo
Paulo aos Romanos, é sem dúvida seu tratado teológico mais importante e a mais
importante influência teológica do cristianismo. Se por um lado, podemos
afirmar que os Evangelhos são a essência do pensamento cristão, por outro lado,
podemos afirmar que as cartas doutrinárias são a aplicação prática desta essência
na vida da Igreja.
Nessa carta, que muitos renomados teólogos concordam ser a
mais importante, também muitos destacam a riqueza do capítulo 8. Um capítulo que
nos dá conta de tantas verdades, desafios e uma dose generosa de esperança e a
mais profunda certeza de que Deus está no controle de absolutamente tudo.
A Ressureição de Jesus não pode ser uma mera informação
infantilizada ou minimizada pela cultura. Uma compreensão teológica nos ajuda a
compreender melhor o lugar e o sentido da Páscoa em nossas vidas.
Neste breve estudo queremos destacar a implicação da teologia
da páscoa cristã, ou seja a RESSURREIÇÃO, na vida prática de cada crente. Vejamos
algumas considerações neste texto:
1- A RESSURREIÇÃO DE CRISTO É A CHAVE PARA TODA A ESPERANÇA FUTURA
(v.1-4)
ü O verso 1 revela o fruto da
ressurreição de Jesus em nossas vidas.
ü Se Jesus não tivesse ressuscitado
ainda estaríamos cativos na lei do pecado descrita no capítulo 7, impedidos de
experimentar o perdão de nossa condenação (8.1)
ü A Lei adoeceu por causa do pecado (v.3)
por isso ela não pode resolver a guerra que vivemos com o pecado (Rm 7.14-23).
ü PRECISÁVAMOS DE ALGO EXTRAORDINÁRIO,
CRISTO FEZ ISSO!!!
2- NOSSO TESTEMUNHO TESTIFICA
A APLICAÇÃO DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO EM NOSSAS VIDAS, OU NÃO... (v.5-9)
ü Nossa vida e nosso testemunho
testificam se o benefício da ressurreição se aplicou em nossas vidas ou não (v.5.)
ü William Temple (arcebispo da
Cantuária Séc. XX) afirmou sobre esse assunto: “Sua religião é o que você faz
com sua solidão. Ou seja, onde quer
que vá a sua mente com maior naturalidade e liberdade quando não há mais nada
que a distraia. É para isso que você vive de fato. Eis a sua religião! “
ü Você em sua solidão, quando ninguém
te vê, cogita as coisas da carne ou as
do Espírito?
ü Se você não se preocupa sinceramente
com as coisas do Espírito, se não há guerra dentro de ti por causa do pecado,
se você vive sem culpa e sem tristeza pelo seu pecado, pode começar a se
preocupar com a falta da aplicação da ressurreição em sua vida.
3- O PROCESSO DA APLICAÇÃO DA RESSURREIÇÃO
NA VIDA DO CRENTE (v.10,11)
1- PRIMEIRO PASSO:
ü O cristão “autêntico” (não deveria
haver falso cristão) não é distinto pela “vida corporal”, mas pela “vida
espiritual”( v.10). O nosso corpo está morto por causa do pecado, mas o
espírito está vivo por causa justiça (imputada pela ressurreição).
ü Então o cristão pode viver no pecado
indiscriminadamente? De modo algum! (Rm 6.1; 12-14) Nossa carne vai inclinar
para o pecado, mas o espírito vivificado pela justiça da ressurreição vai
declarar guerra contra o pecado, e a despeito da natureza caída, essa guerra
produzirá frutos morais e éticos em nossas vidas ( Esses frutos não nos salvam,
mas testificam que fomos salvos)
2- SEGUNDO PASSO:
ü Se o Espírito (com E maiúsculo) que
ressuscitou Jesus, de fato habita em nós, depois de restaurar nossa condição
espiritual, também irá vivificar o nosso corpo mortal (v.11).
ü Então, a segunda aplicação da
ressurreição de Cristo em nossas vidas é a GLORIFICAÇÃO (Rm 6.4,5). Seremos
ressuscitados em Cristo no último dia. Até lá nos importa fazer guerra contra o
pecado.
CONCLUSÃO: Podemos concluir esse estudo compreendendo o seguinte:
1-
Se
Cristo tivesse feito tudo o que fez mas não tivesse ressuscitado, tudo o que
ele pregou e realizou não teria influência nenhuma em nossa vida. Sua ressurreição
é a chave para nosso perdão e nossa salvação.
2-
A
ressurreição nos livra da condenação final, mas não nos livra de nossa guerra
contra o pecado. Na verdade Deus nos equipa e nos prepara através de sua Palavra
e de seu Espírito para essa guerra.
3-
Mas
no fim, que certamente virá, não seremos apenas igualados espiritualmente com
Cristo, mas também experimentaremos como ele e por causa dele, a ressurreição.
Rev. Luiz Gustavo Castilho
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