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quinta-feira, 16 de agosto de 2018


A PRIMAZIA DO INÚTIL


             Já parou para pensar quanta inutilidade está em primeiro plano em nossas vidas? É duro pensar que muitas coisas que ocupam o nosso tempo são perfeitamente inúteis. Gastamos tempo demais, dinheiro demais, saúde demais, construindo, organizando, ajuntando coisas que não servem pra nada. Bem que poderíamos inaugurar uma nova seção na Teologia Sistemática: A Teologia “anti-inutilidade”. A Bíblia preencheu muitas linhas advertindo o homem quanto ao perigo da primazia da inutilidade em sua vida. Salomão um dia viu o tanto que fez, e viu que muito não servia pra nada e disse: “vaidade, vaidade, é tudo vaidade, que proveito tem o homem de todo seu trabalho? (Ec 1.3) Mais difícil que viver uma vida inútil é chegar a essa conclusão. Talvez esse seja um dos pontos altos da sabedoria de Salomão... No salmo 127.2 ele diz: “inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeaste...”
 A raiz da inutilidade não está no que temos ou no que fazemos, mas naquilo que desejamos. Na verdade, infelizmente, nossa faculdade de amar está indevidamente relacionada com o desejo. Platão já havia percebido isso em sua filosofia quando diz que amamos o que desejamos, e o desejo dura até possuirmos o objeto do desejo, depois esse desejo desaparece junto com o amor . Então passa-se a amar e desejar outras coisas, e uma nova busca se inicia. Vivemos assim, enchendo nosso ego de ar e nossa esperança de sonhos que sempre se revelam generosamente inúteis quando se concretizam. Jesus vai além de Platão, e chama esses desejos de tesouros, e ensina: “não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra.” (Mt 6.19). Na terra existem ladrões, traças e ferrugens, especializadas em transformar tudo o que temos e o que somos em inutilidade. Entretanto, o ser humano tem o desejo como parte intrínseca de sua natureza, não temos a opção de não DESEJAR. Conhecedor dessa condição humana, Jesus redireciona o nosso desejo para o céu, “juntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam.” (Mt.6.20).
Jesus não tenta separar o desejo do coração, ele simplesmente reorienta o desejo dentro dele. O grande antídoto pra inutilidade é a consciência da prioridade, e Jesus apresenta essa consciência de maneira categórica no verso 33 do capítulo 6 de Mateus: “buscai em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça e todas as demais coisas vos serão acrescentadas. Não nos basta conhecer essa afirmação de Jesus, mas precisamos ter a coragem de fazer um inventário de tudo que temos acumulado ao longo de nossas vidas e decidir não permanecer com coisas que não servem ao Reino de Deus, com a confiante premissa de que se não serve para o Reino, não serve para mim!  Que Deus nos ajude!!!

Rev. LG   



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