O homem foi o receptor do pacto, ou seja, foi através dele que Yhaweh se revelou como um Deus pactual. Foi Adão quem ouviu de Yhaweh as condições pactuais que lhe foram dadas como mandatos (Gn 1:27-30; 2:19-20), e assim assumindo uma posição de vice-gerente na criação. Entretanto, dentre as condições pactuais de Yhaweh, que determinavam o que o homem deveria fazer, havia um condição restritiva, ou seja, que restringia o homem em seus atos a uma específica situação: “E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”(Gn 2:16,17). Tinha então Yhaweh, o seu pacto com a criação.
Porém a única condição que restringia o homem nesta aliança não foi observada, quando Satanás seduz os vice-gerentes (Gn 3.1-6) e, estes desobedecem expressamente a ordem do Senhor, o pacto da criação é eficazmente rompido. O homem que fora criado para viver eternamente junto ao Senhor, tomou para si a sua própria pena de morte.
Contudo Yhaweh, cujo entre os atributos de sua natureza destacam-se o amor e a imutabilidade, não pode deixar de amar sua criação, e tão pouco, não mais se revelar como um Deus pactual. Porém antes de se manifestar ao homem, se manifesta a Satanás, proferindo-lhe um castigo em virtude de seu atentado contra a criação: “Então, o SENHOR Deus disse à serpente: Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida. Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gn 3:14,15). Esta sentença proferida por Yhaweh, é chamada pela teologia de PROTOEVANGELHO. Embora esta expressão não exista nas Escrituras, ela é comumente usada para designar a primeira alusão veterotestamentária das “boas novas” de salvação. Ainda que o protoevangelho seja referido em Gn 3:15, é no seu contexto próximo (Gn 3:8-4:25) que ele é compreendido.
Na Condenação de Satanás reside a esperança de salvação de Adão e Eva, e de sua descendência. Yhaweh não desfaz o pacto da criação, mas sustenta-o através de seu amor, bondade, graça e misericórdia. Embora o homem tivesse se tornado conhecedor do mal, e isso o impedisse de viver nas condições pactuais anteriores, ele não é destituído de uma relação pactual. Ainda que os termos graça, misericórdia e justiça não apareçam nos relatos da criação, Yhaweh os usa como base estrutural de uma nova aliança. A exemplo da primeira aliança, nesta Yhaweh estabelece unilateralmente as condições pactuais.
O homem continuaria exercendo seus mandatos culturais, sociais e espirituais, porém agora, baseado na graça de Deus que havia sido revelada a partir do protoevangelho. O pacto da graça, embora também não seja mencionado nas escrituras, deve ser subentendido como o pacto que Yhaweh fez com sua criação recém caída, e com sua descendência, a fim de redimi-la de sua condição pecadora e corrompida.
O pacto da graça é o meio pelo qual Yhaweh determinou que o pacto da criação fosse consumado. Nesta economia faz-se necessário ressaltar, que nem sempre a graça de Deus revelada, culmina em redenção, dando-nos assim, uma idéia da concepção da graça comum e da graça especial. Esta idéia e bem representada na graça concedida a Adão e Eva, que ao darem suas respostas de fé a graça que lhes fora concedida, esta manifestou-se salvificamente. Diferentemente aconteceu com Caim, ainda que a graça de Deus tenha lhe permitido a vivenciar os mandatos, este não seu uniu a fé de seus pais em resposta a graça de Deus em sua vida.
Rev. Luiz Gustavo Castilho.
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