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NOSSA VISÃO Ser para Nova Friburgo e região uma REFERÊNCIA na exposição das Sagradas Escrituras, no alcance de nossa geração, no acolhimento de pessoas em nosso meio e na prática de um cristianismo autêntico

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

OS LÍDERES MUDAM MAS O REI CONTINUA O MESMO

           Quando Israel pressionou Samuel pedindo que um rei pudesse governar o povo e guerrear suas batalhas ele se entristeceu profundamente. Depois da morte de Davi, por muitos anos, o povo sofreu esperando que um monarca com o caráter do rei messiânico pudesse assumir o governo e suprir todas as necessidades da nação.
            As Escrituras Sagradas registram para o nosso conhecimento que, em momentos em que os homens passaram por catástrofes naturais como um dilúvio, quando o povo vive momentos de escravidão como no Egito e na Babilônia. Quando temíveis exércitos inimigos se aproximam de nossas fronteiras para nos afrontar como os filisteus de Golias e os assírios de Senaqueribe, quando em meio à corrupção e maldade os governantes massacram e oprimem os pobres e os fracos. Em todos esses momentos o governo humano foi ineficaz. Homens tem os seus limites e são incapazes de resolver todos os problemas, e diante dos maiores são como uma folha ao vento.
            Contudo, meus irmãos, nós ainda estamos ai. Ainda existem os fracos, mas ainda existe esperança, ainda existe uma busca, porque ainda existe uma promessa. Desde a época dos faraós procura-se acabar com o Povo de Deus. Reis babilônios tentaram, também os assírios, os persas, os gregos, os imperadores romanos, os maiores e piores da história. Mas nós ainda estamos ai.
            Depois de matar 450 profetas de Baal, Elias teve medo e entrou em depressão dentro de uma caverna, porque foi ameaçado por uma mulher, Jezabel. Parece que a história se repete. Vejo o povo de Deus se assustando e temendo a um governo humano que parece rosnar contra a fé bíblica, mas é somente mais um governo...
            A bíblia conta todas essas história, simplesmente para sabermos que a História está nas mãos daquele que vem regendo e dirigindo o mundo desde sua criação. A mesma mão que criou , sustenta a criação. Devemos aprender uma vez por todas, que os líderes mudam mas o rei continua o mesmo. Cristo está e sempre estará no controle. ELE É O REI!!!!!!


Rev. Luiz Gustavo Castilho.
           

terça-feira, 28 de setembro de 2010

CORAGEM, POIS, IRMÃOS!!!!!!

Este texto é a transcrição do discurso de Jean Du Bourdel encorajando seus amigos Pierre Bourdon, Matthieu Verneil, e André Lafon, a se posicionarem junto a ele, a favor do Evangelho de Cristo e da fé reformada.  No dia 09 de fevereiro de 1558, com exceção de Lafon, estes homens de Deus, foram  violentamente executados  na Baía da Guanabara por confessarem sua fé.


“Meus irmãos, vejo que Satanás se esforça por todos os meios para nos impedir de, resolutamente, defender hoje a causa de Cristo Jesus Senhor nosso, e que alguns de nós revelam uma timidez fora do razoável, equivalente mesmo a uma dúvida acerca do nosso socorro e favor do nosso bom Deus, em cujas mãos, sabemos, estão nossas vidas, que ninguém poderá tirar sem as determinações dos seus sábios conselhos. Ora, eu vos peço que comigo considereis o modo e o motivo por que viemos e este país: Quem nos moveu à travessia do oceano numa extensão de duas mil léguas? Quem nos preservou de tantos perigos? Acaso não foi aquele que tudo governa, que dirige todas as coisas por sua bondade infinita, que ampara os seus por meios admiráveis? É certo que contra nós militam três inimigos poderosos: O Mundo, o diabo e a carne, e que por nós mesmos não lhe podemos resistir. Mas, se acorrermos ao Senhor Jesus, que os venceu por nós, ele nos assistirá consoante a sua promessa, que sempre cumpre, por isso que é fiel e Todo-Poderoso. Apeguemo-nos a ele, e nele inteiramente repousemos. Coragem, pois, meus irmãos! Que os enganos, que as crueldades, que as riquezas desse mundo não nos embaracem de irmos a Cristo.”

extraído:  CRESPIN, Jean. A tragédia da Guanabara  p.61

domingo, 5 de setembro de 2010

ACIMA DE TUDO, DEPENDENTES!!!!!!!!



    Em 7 de setembro de 1822, o Brasil se tornava, oficialmente, independente de Portugal. De fato, a independência proclamada pelo Príncipe Regente Dom Pedro I, foi um marco histórico que trouxe muitas mudanças para o nosso país. Uma definição que podemos encontrar de independência é: “Liberdade ou autonomia para decidir ou agir.” Essa característica é essencialmente humana, somos naturalmente aspirantes por independência. Contudo, essa aspiração por “liberdade”, nem sempre nos conduz verdadeiramente a ela.
    A busca insana por liberdade, muitas vezes tem nos levado a cativeiros inimagináveis. Algumas atitudes que tomamos em nossas vidas, algumas escolhas que fazemos, alguns procedimentos que adotamos, ainda que não nos demos conta disso, são na verdade “Gritos de independência”. Ao proclamarmos estes gritos, estamos dizendo que não mais queremos estar debaixo da autoridade e do domínio do SENHOR Deus. Sem perceber, acabamos nos tornando dependentes dos sedutores, modernos, animados e mortais cativeiros de Satanás.
   Quantos dos nossos filhos não conseguem perceber que independência de Deus e morte são a mesma coisa? Quantos de nós não estamos nos afastando da presença de Cristo, por não compreender nossa dependência dele? Até quando não teremos coragem de assumir nossa total dependência do SENHOR? Devemos, definitivamente, deixá-lo ser Deus em nossas vidas, governando nossas mentes, nossos planos, nossos hábitos e nossos relacionamentos.
    Muitas vezes achamos ou “queremos achar”, que Deus não vai agir em determinadas áreas de nossas vidas, então resolvemos fazer do nosso jeito, da forma que achamos certo, ou pelo menos da forma que gostaríamos que acontecesse. Esse é um sinal de que o nosso grito de independência está ecoando e as portas dos cativeiros já estão abertas, esperando por nós. Não tenha dúvidas de que teremos todas as dificuldades do mundo, e que as lutas não serão fáceis. Mas sobre nós há uma promessa: “somos mais que vencedores” se nós formos ACIMA DE TUDO, DEPENDENTES!!!!!

Rev. Luiz Gustavo Castilho.

domingo, 22 de agosto de 2010

SEJA FEITA A TUA VONTADE!!!


“Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo,
não se faça a minha vontade, e sim a tua.”
Lucas 22:42

            Estou certo de que o maior desafio da vida cristã consiste em submeter a nossa vontade à vontade de Deus. A raiz de nossos sofrimentos, conflitos, desconfortos, e tentações, nada mais é que caminhar em um sentido oposto a vontade do nosso Senhor, ou talvez caminhar em um sentido que não nos dê a certeza se é ou não da vontade de Deus.
            Saber que o lugar mais seguro para o homem é o centro da vontade de Deus, é um ponto simples em nossa teoria cristã. Contudo, esse ponto se torna o exercício mais complexo do cristianismo, quando somos desafiados a transformar essa teoria em prática nas nossas vidas, principalmente quando a vontade de Deus colide frontalmente com a nossa vontade, e por mais que você deseje algo, você sabe que a vontade dele tem que prevalecer. Então sofremos, choramos, lutamos contra os nossos sentimentos e, enfim, chegamos a um lugar, que pode ser compreendido como um momento, e é muito especial: O altar de sacrifícios das nossas vontades. É ali que somos testados, é ali que temos a oportunidade de mostrar a Deus e ao mundo um cristianismo autêntico e não apenas nominal. É no altar de sacrifícios das nossas vontades que o Senhor nos leva com freqüência, para podermos dizer as palavras que são capazes de nos outorgar poder e vida diante de sua presença: “Não se faça a minha vontade, e sim a tua”.  O fazer a vontade de Deus está no centro da teologia cristã, simplesmente porque está nos centro dos ensinamentos de Cristo. O Senhor Jesus nos ensinou essa verdade em duas perspectivas. A primeira quando ele ensina a essência da oração para seus discípulos: “Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu”. Essa é uma perspectiva teórica. Porém, a teoria ensinada no Sermão do Monte é personificada por Jesus em outro monte, o das Oliveiras. No Getsêmani, de uma maneira dramática e sofrida, Jesus transforma a teoria do Sermão do Monte em prática. Naquele altar de angústias, Jesus sacrifica sua vontade a Deus em prol de toda a humanidade.
            Hoje, a igreja padece porque se esqueceu o caminho desse altar, porque não submete mais seus desejos pessoais em prol do Reino de Deus. Vamos continuar assim? Que prevaleçam hoje as nossas vontades! Esqueçamos a oração do Pai Nosso e seja feita a nossa vontade! E tão pouco pensemos em um Getsêmani nas nossas vidas. Deixemos o inimigo vencer! Ah! Se tivéssemos noção do poder da submissão, do poder de optar em fazer e seguir a vontade de Deus em nossas vidas, pouparíamos muitos sofrimentos, frustrações, decepções e depressões em nosso meio. Ah! Se a igreja soubesse o poder que há em se fazer tão somente a vontade de Deus, ela não seria motivo de vergonha e desprezo, mais uma instituição respeitada e admirada em todo mundo. A igreja vai começar a mudar quando você começar a fazer a vontade de Deus em sua vida. Creia nessa verdade, creia nesse poder, comece a mudança em você e uma parte da igreja começará a mudar!!!!!


Rev. Luiz Gustavo Castilho.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Inauguração da IPE em 2009

O SENHOR NOS PERMITE ESCREVER HISTÓRIAS DE MUITA LUTA, PERSEVERANÇA, ESFORÇO E FÉ. O SALMO 126 FALA DE VITÓRIAS QUE FORAM PLANTADAS COM ESFORÇO E REGADAS COM LÁGRIMAS. 
JÁ PODEMOS COLHER COM JÚBILOS OS NOSSOS FEIXES!!!!

ESSA É A HISTÓRIA DA IGREJA PRESBITERIANA ESPERANCA!!!!!!


sábado, 17 de julho de 2010

PARABÉNS, CALVINO!

Débil na estrutura física, vigoroso porém na organização intelectual e moral, simples no viver, austero nos costumes, indefesso no trabalho, irredutível na fé, erudito no saber, nobre nas intenções, invulgar na coragem, hábil no raciocínio soube João Calvino, como poucos deste mundo, redimir prudentemente o seu tempo e empregar o talento e os dons de que fora dotado na glorificação do Criador e Redentor de sua alma. O emérito doutrinador e piedoso homem de Deus ocupará sempre um lugar de destaque entre os grandes vultos da Igreja, sem embargo dos anátemas que os adversários de todos os tempos procuram fazer descer sobre sua memória respeitável.”


                                                                                Rev. Vicente Temudo Lessa.

A Igreja Presbiteriana Esperança louva a Deus em virtude do nascimento do grande reformador João Calvino (10 de julho de 1509). Foram-se 501 anos desde então. Contudo, o tempo não apagou e nem jogou ao esquecimento o legado deste homem, cuja vida é muito bem resumida nas palavras de um dos grandes historiadores da IPB, Rev. Vicente Temudo Lessa. Procure conhecer Calvino e seu pensamento. A famosa revista norte americana TIMES, publicou uma pesquisa, onde o Calvinismo está entre os 10 movimentos que mais influenciaram a história da humanidade. Daí vem a nossa história.
Quem sabe de onde veio, sabe pra onde vai!!!!

Rev. Luiz Gustavo Castilho.

O QUE É O HOMEM?



SALMO 8


“1 Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome! Pois expuseste nos céus a tua majestade.
2 Da boca de pequeninos e crianças de peito suscitaste força, por causa dos teus adversários, para fazeres emudecer o inimigo e o vingador.
3 Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste,
4 que é o homem, que dele te lembres E o filho do homem, que o visites?
5 Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste.
6 Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste:
7 ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo;
8 as aves do céu, e os peixes do mar, e tudo o que percorre as sendas dos mares.
9 Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome!”

O Salmista nos ensina a importância da reflexão sobre nossa relação com Deus.
O QUE É O HOMEM?
Esta é a pergunta que Davi se faz, diante de toda obra da criação, tão maravilhosa e perfeita.
O que é o homem para ser amado por Deus de uma maneira tão especial?
O Breve Catecismo de Westminster (BCW) pode nos ajudar a chegar a uma resposta bíblica para esta questão.

1- O HOMEM É A OBRA PRIMA DA CRIAÇÃO v. 5,6
Por que?

FINALIDADE: BCW 1. Qual é o fim principal do homem?
R. O fim principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre.

FORMA: BCW 10. BCW Como criou Deus o homem?
R. Deus criou o homem macho e fêmea, conforme a sua própria imagem, em conhecimento, retidão e santidade com domínio sobre as criaturas.

PRIVILÉGIO: BCW P. 12. Que ato especial de providência exerceu Deus para com o homem no estado em que ele foi criado?
R. Quando Deus criou o homem, fez com ele um pacto de vida, com a condição de perfeita obediência: proibindo-lhe comer da árvore da ciência do bem e do mal, sob pena de morte.

2- O HOMEM É A OBRA PRIMA DE DEUS, PORÉM DESTITUIDA DA GRAÇA.

RAZÃO: BCW 13. Conservaram-se nossos primeiros pais no estado em que foram criados?
R. Nossos primeiros pais, sendo deixados à liberdade da sua própria vontade, caíram do estado em que foram criados, pecando contra Deus.

ABRANGÊNCIA: BCW 16. Caiu todo o gênero humano pela primeira transgressão de Adão?
R. Visto que o pacto foi feito com Adão não só para ele, mas também para sua posteridade, todo gênero humano que dele procede por geração ordinária, pecou nele e caiu com ele na sua primeira transgressão.
BCW 18. Em que consiste o estado de pecado em que o homem caiu?
R. O estado de pecado em que o homem caiu consiste na culpa do primeiro pecado de Adão, na falta de retidão original e na corrupção de toda a sua natureza, o que ordinariamente de chama Pecado Original, juntamente com todas as transgressões atuais que procedem dele.

CONSEQUÊNCIA: BCW 19. Qual é a miséria do estado em que o homem caiu?
R. Todo o gênero humano pela sua queda perdeu comunhão com Deus, está debaixo da sua ira e maldição, e assim sujeito a todas as misérias nesta vida, à morte e às penas do Inferno para sempre.


3- O HOMEM É ALVO DA MAIOR DEMONSTRAÇÃO DE AMOR DO CRIADOR.
Por que?

A GRANDE NOVIDADE: BCW 33. Que é justificação?
R. Justificação é um ato da livre graça de Deus, no qual Ele perdoa todos os nossos pecados, e nos aceita como justos diante de Si, somente por causa da justiça de Cristo a nós imputada, e recebida só pela fé.


A GRANDE OPORTUNIDADE: BCW 31. Que é vocação eficaz?
R. Vocação eficaz é a obra do Espírito Santo, pela qual, convencendo-nos do nosso pecado, e da nossa miséria, iluminando nossos entendimentos pelo conhecimento de Cristo, e renovando a nossa vontade, nos persuade e habilita a abraçar Jesus Cristo, que nos é oferecido de graça no Evangelho.


UMA GRANDE BÊNÇÃO NO PRESENTE: BCW 36. Quais são as bênçãos que nesta vida acompanham a justificação, adoção e santificação ou delas procedem?
R. As bênçãos que nesta vida acompanham a justificação, adoção e santificação, ou delas procedem, são: certeza do amor de Deus, paz de consciência, gozo no Espírito Santo, aumento de graça, e perseverança nela até ao fim.

UMA GRANDE BÊNÇÃO NO FUTURO: BCW 38. Quais são as bênçãos que os fieis recebem de Cristo na ressurreição?
R. Na ressurreição, os fieis, sendo ressuscitados em glória, serão publicamente reconhecidos e absolvidos no dia de juízo, e tornados perfeitamente felizes no pleno gozo de Deus por toda a eternidade.


SOMENTE EM CRISTO PODEMOS COMPREENDER QUEM SOMOS!!!!

Rev. Luiz Gustavo Castilho.

terça-feira, 13 de julho de 2010

AS TORRENTES DO NEGUEBE

"Restaura, SENHOR, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe."
Sl 126.4

Muitas vezes não conseguimos entender a exata dimensão desta analogia que o salmista usa no Salmo 126. A comparação é quase uma hipérbole, ressaltando de maneira acentuada a ação restauradora de Deus na vida do homem que nele confia. Embora a comparação possa ser hiperbólica, não há dúvidas de que o que Deus faz em nossas vidas seja algo extraordinário e revolucionário.
O vídeo abaixo, nos mostra o que são as torrentes do Neguebe, um fenômeno natural que ocorre em um determinado período em Israel, em que as águas das cheias escorrem para o vale do Neguebe que é uma grande depressão abaixo do nível do mar. Seu cenário desértico muda com as águas quer fluem de várias partes diferentes, e transformam completamente a paisagem do lugar. O salmista entende que é exatamente isso que ocorre conosco quando as águas do trono de Deus passam pelos vales de nossas vidas. Confira o vídeo!!!


A VELHA E A NOVA SOLIDARIEDADE

Franklin Ferreira em seu artigo no site Monergismo, intitulado A Velha e a Nova Solidariedade, baseado na Epístola de Paulo aos Romanos cap. 5. 12-21, apresenta uma analogia sobre a conseqüência da interferência de Adão e de Cristo na vida do homem. O autor expõe o texto onde Paulo declara que o pecado de toda a humanidade tem sua origem na desobediência de Adão, e que a salvação só é possível a essa humanidade por causa do sacrifício obediente de Cristo.

Ferreira explica que Adão é uma tipologia de Cristo no sentido da universalidade dos efeitos de sua obra em relação a toda humanidade, assim como Adão pode contaminar todo o mundo, o mundo só pode ser salvo através da mediação de Cristo.

Por fim é apresentado uma conclusão onde se explicita o triunfo da graça sobre a lei, e a infinita superioridade da solidariedade de Cristo sobre a de Adão.


Rev. Luiz Gustavo Castilho

quarta-feira, 30 de junho de 2010

RESENHA: Reflexões Críticas sobre Weltanschauung

OLIVEIRA, Fabiano de Almeida; Reflexões Críticas sobre Weltanschauung: Uma Análise do Processo de Formação e Compartilhamento de Cosmovisões numa Perspectiva Teo-Referente; In Fides Reformata (v.2, 2008.) São Paulo: Editora Mackenzie, 2008. 18p.

O autor Rev. Fabiano de Almeida, que é ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil e professor assistente da área de Teologia Filosófica no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, apresenta um envolvente artigo que descreve a formação de uma weltanshauung*, e como ela interage e se desdobra, tanto na sociedade como no indivíduo. Essa abordagem se deu a partir de uma perspectiva genuinamente cristã, ou seja, com princípios biblicamente orientados.
O artigo primeiramente, procura traçar um perfil histórico do termo weltanschauung, pontuando sua possível origem em Imanuel Kant (1724-1804), passando por nomes que foram responsáveis por difundir no meio acadêmico a expressão, como G. W. F. Hegel (1770-1831), F. W. J. Schelling (1775-1854), J. G. Herder (1744-1803), J. W. Goethe (1749-1832), Wilhelm Dilthey (1833-1911), Karl Mannheim (1893-1947). No campo cristão-reformado destacaram-se os teólogos James Orr (1844-1913), teólogo presbiteriano escocês, e Abraham Kuyper (1837–1920), teólogo reformado holandês. Contudo o autor apresenta a teoria do desenvolvimento histórico-cultural do filósofo reformado e teórico legal Herman Dooyeweerd (1894-1977), como a melhor referência de cosmovisão em sua relação com a sociedade e a perspectiva bíblica.
Depois algumas definições de weltanschauung são aqui apresentadas, mas em sumo, o artigo a define como: “uma orientação fundamental do coração”, que é parte integral da experiência humana e o meio pelo qual se interpreta o mundo, de maneira imediata e intuitiva, podendo ser articulada discursivamente através de conceitos e sistemas teóricos de pensamento. Para se obter uma compreensão acertada do processo de formação, transformação e compartilhamento de uma weltanshauung, é mister primariamente considerar dois elementos que se tornam basilares em todo o processo. Trata-se da estrutura interna de cada indivíduo, ou seja, a composição do seu eu, também chamada no artigo de camada ou matriz primordial, que é caracterizado pelos seus pressupostos religiosos. E em segundo lugar pelo seu contexto histórico-social, que se torna também um moldador da percepção do indivíduo. Segundo o artigo é por meio destes elementos que todo o processo de compartilhamento, incorporação e transformação de visões de mundo acontece. Esta relação dialética entre o eu humano e o seu contexto histórico-social, também é percebida no texto a partir de uma óptica bíblica. Quando em referencia a esta estrutura interna o autor cita o livro de provérbios que faz a seguinte admoestação: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4.23). Segundo o texto este eu humano, ou esta matriz primordial, é exatamente o que a Bíblia chama de coração. Analisando ainda esta questão pelo foco bíblico, destaca-se que este coração, que antes da queda possuía uma qualificação de ser definido essencialmente na sua relação com o Criador, em ser-para-Deus. Depois da queda foi alterado para uma condição de rebeldia e desobediência, redirecionando sua relação para ídolos, caracterizando este coração em ser-para-um-ídolo, o que afeta todas as percepções secundárias e relações que envolverão este coração. O artigo também cita entre outros textos, Deuteronômio 7.1-6, que exorta ao povo de Deus se abster do relacionamento religioso com outros povos, afim de não se influenciar em seus contextos histórico-sociais. Este elemento externo que também origina uma weltanschauug pessoal, exerce seu condicionamento ao longo da vida do indivíduo, à medida que este vai angariando suas experiências. Dependendo do contexto histórico-social em que o individuo está inserido, suas percepções podem ser acrescentadas ou até mesmo substituídas por outras, de acordo com os recursos empíricos que ele possa vir a dispor. Dooyerweerd atesta que esses dois elementos possuem uma interação concomitante, influenciando-se mutuamente e desencadeando todo este processo.
Na seqüência o artigo revela que uma weltanschauung pode passar de um nível subjetivo-individual (Weltanschauung no sentido privado) para um objetivo-social (Weltanschauung no sentido comunitário). Isto na verdade, nada mais é, segundo o autor, do que uma “comunicação e comunhão de percepções.” Esta weltanschauug coletiva tem seu processo de transição a partir de uma weltanschauung individual ou familiar que evolui gradativamente nas camadas sociais até chegar ao status de uma weltanschauung regional ou nacional. O Artigo atribui à globalização, a possibilidade de um maior e mais eficaz compartilhamento de weltanschauugen, descrevendo de maneira clara suas interessantes conseqüência.
A weltanschauung privada apresenta um perfil de características voláteis, ou seja, ela nunca permanece orientada constantemente pelos mesmos parâmetros, mas sempre muda por causa do intenso processo de interação e reciprocidade em que está imersa. Mais uma vez nota-se que a família é o centro-base onde ocorrem as principais trocas de percepções. Aqui a família não é apenas vista como uma receptora de novas percepções, mas uma eficaz comunicadora tanto para seus membros como para outras famílias, formando assim grupos sociais ligados por este processo de interação e reciprocidade. A medida que estes grupos sociais fundem seus principais interesses, será então formado uma estrutura de plausibilidade, ou seja, os componentes reguladores que determinarão uma weltanschauung de nível objetivo-social.
A percepção cristão-reformada deste artigo conclui que todo indivíduo já nasce cativo a uma weltanschauung primordial apóstata (em razão da queda), e que esta condicionará as weltanschauungen secundárias na vida deste indivíduo. Contudo, a Palavra de Deus e o poder do Espírito Santo aplicados à vida de um indivíduo, regeneram nele a capacidade de interpretar o mundo, não mais através de uma óptica de desobediência e rebeldia, mas agora a partir de uma percepção primordial estabelecida em amor e obediência a Deus. Este processo afeta não somente a estrutura pré-teórica do indivíduo (referente à sua área interna ou subjetiva), mas também seu comportamento perante a sociedade. Assim será possível a este indivíduo interpretar o mundo através das lentes de uma Cosmo visão Cristão-Reformada.

POR REV. LUIZ GUSTAVO CASTILHO

*Weltanschauung é um substantivo feminino composto de duas palavras alemãs: Welt – mundo, e Anschauung – concepção, percepção, intuição.

Weltanschauungen é sua forma plural. As diversas traduções do conceito são cosmovisão, biocosmovisão, concepção de mundo, mundividência, visão de mundo e percepção de mundo, dentre outras possíveis em português, e as já bem conhecidas worldview e life-worldview, em inglês (definição que está inserida no artigo).

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O VERDADEIRO AMIGO

“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.” ( João 15.12-15)

Será que podemos ter uma real noção do que significam essas palavras acima? Será que temos a dimensão do impacto que elas podem causar em nossas vidas? Todas as histórias de vida são marcadas de alguma forma por amizades. Amigos queridos e importantes que nos dão alegria, amigos que nos decepcionam e nos entristecem, e ainda existem histórias que são marcadas pela falta de uma amizade. Mas tudo isso não consegue se comparar a grandeza de podermos ser amigos de Cristo. A amizade que Jesus nos oferece, ultrapassa qualquer concepção de amizade que possamos ter em nossas vidas. As provas desta afeição vão além das Palavras de Jesus, elas se manifestam através de suas atitudes na história. Este texto aponta para algumas destas atitudes que precisam causar impactos em nossas vidas:

1- Cristo demonstra sua amizade morrendo por nós. “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos”

2- Cristo demonstra sua amizade nos dando as condições para manter com Ele esta amizade. “se fazeis o que eu vos mando”

3- Cristo demonstra sua amizade nos reconhecendo publicamente como seus amigos. “mas tenho-vos chamado amigos”

4- Cristo demonstra sua amizade nos dando o seu melhor. “porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.”

Mediante a tudo isso, precisamos demonstrar também a nossa amizade por Jesus. Podemos ter as mais variadas companhias mas jamais podemos esquecer que Jesus Cristo é o nosso maior e verdadeiro amigo.

Rev. Luiz Gustavo Castilho

sexta-feira, 25 de junho de 2010

A CRUZ DE CRISTO


“Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo.” Gl 6.14

É estranho perceber que a cruz, o símbolo universal do Cristianismo, causa desconforto e repulsa para membros de algumas igrejas que se denominam Evangélicas. Isto só não é mais estranho do que as explicações que são oferecidas para sustentar esta dura rejeição pela cruz. Fp 3.17-19
O que uma igreja orientada exclusivamente pela Bíblia deve compreender sobre a cruz? Em primeiro lugar, frente a muito o que se diz, devemos entender o que a cruz NÃO É:

1- UM SINAL DE DERROTA
O lugar onde Cristo consumou nossa salvação, por mais duro que seja, não pode ser um lugar de derrota, mas sim de vitória. Sem dizer que nossa cruz está vazia.
2- UM OBJETO DE IDOLATRIA
Não há culto à cruz, mas ao Cristo que morreu nela, mas ressuscitou transformando-a em um elemento pedagógico de seu Evangelho.
3- UM MOTIVO DE VERGONHA
Deus escolheu a cruz, e nela Cristo realizou a maior manifestação de amor que a humanidade pode conhecer, portanto a cruz nos é um motivo de honra.

O que significa então a cruz? Como um símbolo que ela é, e compreendendo que a função de um símbolo é comunicar uma mensagem, podemos ter os seguintes ensinamentos:

1- A CRUZ NOS FAZ LEMBRAR NOSSA CULPA
“Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.” Atos 2.36
2- O NOSSO COMPROMISSO
“e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim.” Mateus 10:38
3- O SACRIFÍCIO POR NÓS
“Depois de o terem escarnecido, despiram-lhe o manto e o vestiram com as suas próprias vestes. Em seguida, o levaram para ser crucificado.” Mateus 27:31
4- A NOSSA VITÓRIA
“e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz.” Colossenses 2:15
5- O NOSSO BENEFÍCIO
“e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade.” Efésios 2:16
6- O CARÁTER DO NOSSO CRISTO
“Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.” 1 Coríntios 2:2


Mediante a estas verdades como negaremos a cruz de nosso Senhor? Que possamos olhar sempre para ela, e manter nossa mente cativa a toda história que Deus preparou e cumpriu em Cristo naquela cruz do calvário.

Rev. Luiz Gustavo Castilho.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O RETORNO DO FILHO PRÓDIGO por REMBRANDT


O famoso pintor holandes Rembrandt Harmenszoon (1606-1669), tem entre suas obras mais famososas, telas que retratam passagens bíblicas. A minha favorita é O RETORNO DO FILHO PRÓDIGO. Nesta tela Rembrandt consegue expressar detalhes de uma maneira espetacular, detalhes que a escrita não seria capaz de comunicar. O que Rembrandt consegue fazer aqui é simplesmente comovente. Quero destacar alguns detalhes na obra, que unem uma profunda sensibilidade somada a uma incrível percepção bíblica e teológica.

1) Em primeiro lugar, a criativa e sensível interpretação que o artista tem do abraço do pai. Veja que no abraço, o pai tem suas duas mãos estendidas nas costas do filho. Rembrandt pinta duas mãos com formatos distintos, uma mão tem as formas suaves e delicadas da mãe, a outra mão possui a forma firme e forte de um pai. Assim, o artista quer dizer que no abraço do Pai podemos encontrar terna misericórdia e forte proteção.

2) Outro detalhe sensacional está nos pés do filho. Na narrativa do Evangelho segundo Lucas cap.15 v.22 o pai diz:"ponde-lhe sandálias nos pés". Nesta obra prima Rembrandt retrata um pé calçado e outro já com a sandália nos pés para calçar. As sandálias juntamente com o anel e as roupas significam uma restituição. E isso vem para o filho ainda no abraço restaurador do Pai.

3) Por fim, destaco aqui uma característica importante do texto retratada por Rembrandt. Talvez nesta gravura postada não seja possível uma boa visualização, mas todos que presenciam o abraço do pai, estão de pé em reverência a este sublime ato, somente o irmão do filho pródigo está sentado em um ato de desprezo, com uma fisionomia distante da graça que se manifesta naquele lugar.

Rev. Luiz Gustavo Castilho

UM ÉDEM CHAMADO FAMÍLIA


Quando Deus criou o homem o pôs em um “jardim” especial. Especial não pelo lugar em si, mas por sua incomparável condição harmônica criada e sustentada pelo próprio Deus. Contudo, o pecado impediu o homem de viver neste “lugar especial”, Adão foi expulso do Édem e com ele toda a sua descendência. Em Gn 3.23,24, observamos algo curioso, Adão é expulso do Édem, mas continua lavrando a terra que havia tomado, sua localização geográfica era a mesma, porém, a condição harmônica do lugar havia cessado. Aquele lugar, outrora prazeroso para se viver, se transformara em uma terra de esforços, cansaço e trabalho árduo pela sobrevivência. Deus em sua infinita misericórdia, ao longo da história tem criado novos jardins, lugares especiais que são formados segundo a sua Palavra, que são em todo o tempo visitados pelo Deus criador e sustentador, lugares onde Deus tem novamente feito alianças e promessas. A esses lugares, Ele chamou a cada um de FAMÍLIA. Mas a serpente, por sua vez, ao longo dos anos se especializou em destruir esses novos lares. No passado poderíamos enumerar alguns fatores que poderiam destruir uma família, mas hoje é impossível presumir o que a “serpente” tem usado como artifícios para destruir as nossas famílias, são tantos ataques que já não sabemos como nos defender. Hoje a família se encontra tão ferida que muitos já não acreditam em sua existência. Mas a família é simplesmente um plano de Deus e Jó nos ensina algo precioso: “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado” (Jó 42.2). A família não pode acabar, simplesmente porque Deus não quer. Assim como no Egito, o anjo da morte passou, sabedor de que nada poderia fazer nas casas marcadas com o sangue do cordeiro, assim hoje, Deus nos dá em Cristo Jesus a certeza de que “a serpente”, nada poderá fazer na casa marcada com o sangue de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A família será para nós o Édem, até que Cristo volte. A família é uma grande bênção de Deus para o homem, por isso devemos fazer de nossas igrejas, muito mais que um centro religioso, mas Deus fará de nós uma grande família, a Família de Cristo!!!

Rev. Luiz Gustavo Castilho

POR QUE NELA NÓS TEMOS A VIDA...



Um instrumento de morte Deus transformou em instrumento de vida. Imagine o que Ele pode fazer na sua vida.

Rev. LG

“HOMENS COMUNS COM UM CHAMADO INCOMUM” 1Co 1.26-31

Este é um assunto sobre vocação, ou seja, sobre o chamado que Cristo fez para todos nós. Desde os apóstolos o Cristianismo não para de crescer. Cristo não teve uma grande estratégia empresarial, nem chamou os maiores profissionais para divulgarem sua idéia. O grande segredo não estava nos homens comuns que foram chamados, mas no chamado incomum que foi feito. Por que podemos dizer que esse chamado era incomum?

1-)Foi feito por um “homem” incomum. (Jesus, o Deus Homem)
2-)Tinha um propósito incomum. (cumprir a vontade do Criador)
3-)Tinha uma sustentação incomum. (sustentado pelo próprio Deus Criador)

A história da Igreja está inserida em um círculo que mantém suas bases, independente da época ou das circunstâncias vividas:

1- Quem Chama hoje, é o mesmo que chamou os apóstolos no passado;
2- Quem é chamado hoje, são os mesmos “homens comuns”, pecadores e limitados como no passado;
3- Quem sustenta este chamado hoje, é o mesmo Deus Poderoso e Misericordioso que sustenta todo o mundo desde sua criação.

Por isso, podemos nos orientar naqueles que foram chamados primeiramente, e com eles aprender o que fazer e o que não fazer.
Contudo, o grande ponto da questão é: Deus tem um chamado para sua vida! Viva verdadeiramente este chamado, e você desfrutará da maior alegria e paz que o ser humano pode experimentar, cumprir a vontade do Senhor! Existem pessoas que são chamadas por líderes, ministérios, relacionamentos, tradição etc... Estas se frustram e se decepcionam facilmente. Porém, se você ouvir o chamado do Senhor da Igreja, e de todo coração responde-lo, certamente, você jamais se frustrará com a Igreja ou com qualquer situação que ocorra nela, simplesmente porque você compreenderá que foi por ela que Cristo morreu, e é ela que ele virá buscar.
A Igreja precisa de você, e hoje Cristo te chama para trabalhar nesta obra. Que o Senhor nos abençoe e confirme esse chamado em nossas vidas!
AMÉM!!!!

Rev. Luiz Gustavo Castilho

PROTOEVANGELHO E O PACTO DA GRAÇA

A cosmologia narrada no livro de Gênesis, revela um Deus pactual, quem tem em sua criação, o reflexo do seu amor e de seu poder soberano. Esta obra singular, creatio ex- nihilo, tem o homem como ponto chave no pacto da criação.

O homem foi o receptor do pacto, ou seja, foi através dele que Yhaweh se revelou como um Deus pactual. Foi Adão quem ouviu de Yhaweh as condições pactuais que lhe foram dadas como mandatos (Gn 1:27-30; 2:19-20), e assim assumindo uma posição de vice-gerente na criação. Entretanto, dentre as condições pactuais de Yhaweh, que determinavam o que o homem deveria fazer, havia um condição restritiva, ou seja, que restringia o homem em seus atos a uma específica situação: “E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”(Gn 2:16,17). Tinha então Yhaweh, o seu pacto com a criação.

Porém a única condição que restringia o homem nesta aliança não foi observada, quando Satanás seduz os vice-gerentes (Gn 3.1-6) e, estes desobedecem expressamente a ordem do Senhor, o pacto da criação é eficazmente rompido. O homem que fora criado para viver eternamente junto ao Senhor, tomou para si a sua própria pena de morte.

Contudo Yhaweh, cujo entre os atributos de sua natureza destacam-se o amor e a imutabilidade, não pode deixar de amar sua criação, e tão pouco, não mais se revelar como um Deus pactual. Porém antes de se manifestar ao homem, se manifesta a Satanás, proferindo-lhe um castigo em virtude de seu atentado contra a criação: “Então, o SENHOR Deus disse à serpente: Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida. Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gn 3:14,15). Esta sentença proferida por Yhaweh, é chamada pela teologia de PROTOEVANGELHO. Embora esta expressão não exista nas Escrituras, ela é comumente usada para designar a primeira alusão veterotestamentária das “boas novas” de salvação. Ainda que o protoevangelho seja referido em Gn 3:15, é no seu contexto próximo (Gn 3:8-4:25) que ele é compreendido.

Na Condenação de Satanás reside a esperança de salvação de Adão e Eva, e de sua descendência. Yhaweh não desfaz o pacto da criação, mas sustenta-o através de seu amor, bondade, graça e misericórdia. Embora o homem tivesse se tornado conhecedor do mal, e isso o impedisse de viver nas condições pactuais anteriores, ele não é destituído de uma relação pactual. Ainda que os termos graça, misericórdia e justiça não apareçam nos relatos da criação, Yhaweh os usa como base estrutural de uma nova aliança. A exemplo da primeira aliança, nesta Yhaweh estabelece unilateralmente as condições pactuais.

O homem continuaria exercendo seus mandatos culturais, sociais e espirituais, porém agora, baseado na graça de Deus que havia sido revelada a partir do protoevangelho. O pacto da graça, embora também não seja mencionado nas escrituras, deve ser subentendido como o pacto que Yhaweh fez com sua criação recém caída, e com sua descendência, a fim de redimi-la de sua condição pecadora e corrompida.

O pacto da graça é o meio pelo qual Yhaweh determinou que o pacto da criação fosse consumado. Nesta economia faz-se necessário ressaltar, que nem sempre a graça de Deus revelada, culmina em redenção, dando-nos assim, uma idéia da concepção da graça comum e da graça especial. Esta idéia e bem representada na graça concedida a Adão e Eva, que ao darem suas respostas de fé a graça que lhes fora concedida, esta manifestou-se salvificamente. Diferentemente aconteceu com Caim, ainda que a graça de Deus tenha lhe permitido a vivenciar os mandatos, este não seu uniu a fé de seus pais em resposta a graça de Deus em sua vida.


Rev. Luiz Gustavo Castilho.