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quinta-feira, 30 de junho de 2011

O LIVRE-ARBÍTRIO


                                                             Jo 3.1-7

O diálogo de Jesus com Nicodemos  além de possuir um dos principais argumentos evangelísticos do cristianismo (o novo nascimento), possui também um dos mais eficazes discursos apologéticos contra um dos temas mais controversos da teologia cristã:  O Livre-Arbítrio.

Martinho Lutero em sua obra “A Escravidão da Vontade”, entre outros, faz uso deste texto para declarar que o Livre-Arbítrio é uma heresia grosseira, que fere substancialmente os Ensinamentos das Sagradas Escrituras.  

O Livre-Arbítrio é uma matéria polemica discutida entre cristãos a muitos séculos. Embora esse pensamento tenha sido rechaçado na época de Lutero, ele ressuscitou no fim da idade média e encontrou espaço em vários segmentos seja religiosos ou filosóficos, e tomou as mais diversas formas que se encontram espalhadas no presente tempo.

Contudo, antes decompreender o Livre-Arbítrio dentro do pensamento reformado, precisamos compreender o que se quis dizer no passado com esse termo, para então se poder compreender o nosso posicionamento contra essa doutrina.

ORIGEM DO TERMO
A idéia de um Livre-Arbítrio, discutida em muitas épocas, por vários pensadores, entra  significativamente no debate Teológico, através de um monge agostiniano chamado Desidério Erasmo, que nasceu por volta de 1468 em Rotterdam na Holanda, daí ficando universalmente conhecido como Erasmo de Rotterdam.   

EM QUE ERASMO ACREDITAVA?
Influenciado pelo pensamento do arque rival de Agostinho, um teólogo excomungado da igreja chamado Pelágio, Erasmo, que era um humanista, acreditava que os homens podem conquistar a salvação, ao invés de dependerem exclusivamente de Jesus Cristo.  E a essa vontade própria do homem de escolher ou não a Cristo e o poder de obter ou não a salvação, ele chamou de:  Livre-Arbítrio. 

O PROBLEMA DO PENSAMENTO DE ERASMO
O pensamento de Erasmo de Rotterdam no século XVI, foi como uma granada atirada na história. Fragmentos de seu pensamento foram parar em diversos segmentos religiosos filosóficos, cada um sendo interpretados de uma maneira peculiar de cada movimento.

LUTERO X ERASMO
A resposta de Lutero ao pensamento de Erasmo foi fulminante no século XVI. Lutero refutou com maestria bíblica todas a rasas suposições do Livre-Arbítrio de seu oponente. Contudo, o cenário humanista que se seguiu da Idade Média pra frente, concebia muito mais naturalmente uma doutrina em que o homem tem o controle e não Deus. Assim, o Livre-Arbítrio é tirado do pó e da lama onde Deus o arremessou, e é colocado em um lugar de honra, se tornando um dos alicerces do pensamento humanista.                                                                                         

             "O HUMANISMO FOI CONSTRUIDO SOBRE UMA
       MENTIRA CONDENADA POR DEUS"
 

UM ERRO COMUM NA CONCEPÇÃO DE LIVRE-ÁRBITRIO
Muitas pessoas chamam de Livre-Arbítrio, a liberdade que o homem tem de ir e vir, de fazer ou desfazer, de errar ou de acertar, de pensar e dizer o que se pensou. Isso não é o que Erasmo ensinou no passado, mas podemos chamar essa liberdade humana de LIVRE-AGÊNCIA.

O POSICIONAMENTO DOS REFORMADOS QUANTO 
AO LIVRE-ARBÍTRIO NO DECURSO DA HISTÓRIA

CALVINO ENTENDE O LIVRE-ARBÍTRIO DE ADÃO
Então (Deus) proveu que se acrescentasse (ao homem) a escolha, que dirigisse os apetites e regulasse a todos os movimentos orgânicos, e assim a vontade fosse inteiramente consentânea à ação moderadora da razão. Nesta integridade, o homem usufruía de livre-arbítrio, mercê do qual, caso quisesse, poderia alcançar a vida eterna.
(Institutas I.XV.8)

MAS REPROVA ESSA CONDIÇÃO DO HOMEM PÓS-QUEDA
Mas os que professam ser cristãos, e ainda buscam o livre-arbítrio no homem perdido e imerso em morte espiritual, corrigindo a doutrina da Palavra de Deus com os ensinos dos filósofos, estes se desviam totalmente do caminho e não estão nem no céu nem na terra.
(Institutas I.XV.8)

A CONFISSÃO BELGA (1561)
... Por isso, rejeitamos todo o ensino repugnante sobre o livre-arbítrio do homem, porque o homem somente é escravo do pecado e "não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dado, Cristo diz: "Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer" (João 6:44)...

CATECISMO DE HEIDELBERG (1563)
Pergunta 8: Somos então tão corrompidos que somos totalmente incapazes de fazer qualquer bem e inclinados a todo mal?
Resposta: De fato, somos, a não ser que nasçamos de novo pelo espírito de Deus.

SEGUNDA CONFISSÃO HELVÉTICA (1566)
Ora, sabe-se que a mente ou entendimento é a luz da vontade, e quando o guia é cego, é óbvio até onde a vontade poderá chegar. Por isso, o homem ainda não regenerado não tem livre arbítrio para o bem e nenhum poder para realizar o que é bom. O Senhor diz no Evangelho: “Em verdade, em verdade vos digo: Todo o que comete pecado é escravo do pecado” (João 8.34). E o apóstolo São Paulo diz: “Por isso o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar” (Rom 8.7).
(Cap.IX.4)

CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER (1647) 
O homem, em seu estado de inocência, tinha a liberdade e o poder de querer e fazer aquilo que é bom e agradável a Deus, mas mudavelmente, de sorte que pudesse decair dessa liberdade e poder.
(CFW IX.2)

O homem, caindo em um estado de pecado, perdeu totalmente todo o poder de vontade quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação, de sorte que um homem natural, inteiramente adverso a esse bem e morto no pecado, é incapaz de, pelo seu próprio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isso.
(CFW IX.3)

É no estado de glória que a vontade do homem se torna perfeita e imutavelmente livre para o bem só.
 (CFW IX.5)

CONCLUSÃO

Talvez todo esse trabalho não fosse necessário, se a nossa mente fosse incondicionalmente submissa à Palavra de Deus, e se pudéssemos ver nas Escrituras a clareza que Lutero viu quando Nicodemos afirma:

NINGUÉM PODE FAZER ESTES SINAIS QUE TU FAZES, SE DEUS NÃO ESTIVER COM ELE” 
                                                                                                                Jo 3.4

                                      Rev. Luiz Gustavo Castilho. 


sexta-feira, 17 de junho de 2011

O CONSTANTE E AS VARIÁVEIS


“Mas o Senhor lhe disse: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel”
( At 9.15 )

A história de Deus e seu povo possui uma constante e inúmeras variáveis. Não é difícil identificar o “constante” que se manifesta desde a Criação e atravessa os Testamentos chegando às nossas igrejas. Deus é a presença constante nessa odisséia, sua trina manifestação marca toda a História com amor, misericórdia, perdão e graça, que são distribuidos segundo a sua Soberania. Por falar em soberania, Deus, o “constante” o imutável, o eterno, na execução de sua vontade, na progressão da História Redentora, sempre fez uso de inúmeras variáveis. Homens simples, falíveis, limitados em suas visões e ações, são essas as variáveis usadas pelo Criador. Presentes em toda História, suas contribuições temporais, totalmente dependentes e intimamente ligadas ao Senhor, revelam que a participação do homem é um caprichoso detalhe de Deus, que embora governe com um propósito constante, atemporal e bem definido (a redenção do homem para a glória de seu nome) se vale destas “variáveis” para serem canais de sua vontade. O Senhor usou Noé, Abraão, Moisés, Davi e tantos outros, variações do mesmo tom divino. Hoje, o nosso Deus, constante, continua escolhendo suas variáveis! Nesses dias os instrumentos escolhidos para levarem seu nome foram (presbíteros) Alexandre, João Elias, Cesar Pedro, Jocyr, (diáconos) Átilla, Valcir, Ricardo, Davi, René e Jorge. A jornada rumo ao Dia do Senhor não pode parar, talvez amanhã o nosso Deus constante escolha outros instrumentos, e assim nós vamos construindo e fazendo parte da mais bela e importante História do mundo! Parabéns aos oficiais eleitos e reeleitos!!!!!

Rev. Luiz Gustavo Castilho