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domingo, 10 de setembro de 2023

O TESOURO NO BOCADO SECO


Às vezes, precisamos lembrar, com efeito prático, que o livro de Provérbios é Palavra de Deus para nossas vidas! Muito mais do que uma compilação gigante de ditados populares, Provérbios é uma fonte que jorra a sabedoria do Senhor Deus sobre todos os âmbitos dos relacionamentos humanos.

O primeiro verso do capítulo 17 nos traz o seguinte conselho: “Melhor é um bocado seco e tranquilidade do que a casa farta de carnes e contendas”. Definitivamente, esse provérbio não se propõe a tratar sobre escassez e fartura, mas sobre o triunfo da paz sobre as contendas da vida. No original hebraico, a palavra “contenda” significa literalmente “sacrifício de contendas”, uma alusão apresentada, provavelmente, em contraste aos “sacrifícios pacíficos” que eram oferecidos em Deuteronômio 27.7.

A grande verdade que nos encontra e nos toca aqui é que na vida fazemos muitos sacrifícios e os fazemos o tempo todo! Sacrificar é algo intrínseco ao ser humano. Abel e Caim sacrificavam a Deus (ainda que o texto não nos diga que Deus pediu). Nações pagãs sacrificavam aos seus deuses. Diversas tribos primitivas, que nunca se relacionaram, prestavam sacrifícios à suas divindades. Nossa geração moderna presta sacrifícios diversos aos seus deuses pessoais e modais... e por aí vai. Sacrifícios são feitos, essencialmente, para se obter algum tipo de favor.

A casa cheia de carne representa aqui nossos anseios pessoais, uma espécie de riqueza, de conforto ou de prosperidade pessoal. Nenhum problema com a prosperidade, mas o preço que pagamos para tê-la, esse sim é o ponto. Para encher a casa de carne ou a vida de bens, pagamos preços altos, nos ligamos a “coisas” e a circunstâncias que vão desencadear conflitos e contendas que nos consumirão de uma tal maneira que chegaremos ao ponto de um dia não ver valor nenhum nessa fartura de carnes.

Em contrapartida, a paz também é adquirida sempre através de um sacrifício. A tranquilidade da alma e da mente precisa ser vista como uma riqueza que não pode ser negociada por moedas desse mundo. A experiência bendita da paz, muitas vezes, é resultado do sacrifício de não ver a “casa cheia de carne”. Seja a prioridade dos bens materiais, sejam os direitos de nossa autojustiça, seja a imposição de algumas convicções recheadas de contendas... somente quando abrimos mão desses desastres naturais da alma humana em favor de uma tranquilidade que desafia o status quo desse mundo é que vamos entender que um bocado seco pode ser um grande tesouro!

 

Boa semana.

Rev. Luiz Gustavo

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